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  • segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

    A NICOTINA SATURA O COPO ESPIRITUAL DOS FUMANTES (Jorge Hessen)

    Jorge Hessen

    Há meio século os cantores Roberto e Erasmo Carlos lançaram a música “É proibido fumar”. Passados cinco décadas, a canção é oportuna e pode ter soado como premonição naqueles momentos tão afastadas dos anos de 1960, considerando que hoje está em pleno vigor no Brasil a lei federal antifumo, que “proíbe fumar” em locais fechados de uso coletivo – públicos e particulares – de todo o país. Em resumo, assegura lugares completamente livres de cigarros e do cheiro de fumaça. Está terminantemente proibido cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos, narguilés [1] e similares em locais como hall e corredores de condomínios, restaurantes e clubes, mesmo que o ambiente esteja apenas parcialmente fechado por parede, divisória, teto ou toldo. 

    A lei extingue os nefandos fumódromos e extingue a propaganda comercial de cigarros até mesmo nos pontos de venda, onde era permitida publicidade em displays. Fica permitida a exposição dos produtos, acompanhada por mensagens sobre os males provocados pelo fumo. Além disso, os fabricantes terão que aumentar os espaços para os avisos sobre os danos causados pelo tabaco, que deverão aparecer em toda a face posterior das embalagens e de uma de suas laterais.

    Todavia, como estamos na pátria do “jeitinho” a lei tem as suas brechas e consente fumar em áreas ao ar livre, parques, praças, espaços abertos de estádios de futebol, vias públicas e em tabacarias, que devem ser voltadas especificamente para esse fim. Entre as exceções (pasme) estão cultos religiosos, onde os “fiéis” podem fumar (sic), caso isso faça parte do ritual. Conquanto inconcebível, em nosso país um ritual pode permanecer acima da lei, afinal de contas é “constrangedor” não permitir que os “Espíritos” deem cachimbadas, charutadas, tragadinhas, portanto, “eles” não precisam obedecer as leis dos reles mortais. 

    Devemos pautar as nossas atitudes e as nossas regras de conduta, na sociedade, pelos resultados de pesquisas científicas bem conduzidas. Gostem ou não os fumantes daqui e do “além túmulo”, o século XX testemunhou as importantes descobertas sobre os malefícios do fumo para a saúde. Graças ao aprimoramento das técnicas de investigação epidemiológica, muito se sabe sobre o assunto. No ano 2000, um Relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), considerou o tabagismo a maior pandemia de todos os tempos.

    São vários os estudos científicos baseados em evidências que não deixam qualquer sombra de dúvida de que o tabaco é cancerígeno. Desde 1964, quando foi feita a primeira descoberta em relação ao câncer de pulmão, outros cânceres tiveram seu aparecimento relacionado ao tabaco como, por exemplo, câncer de boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rins, bexiga, colo de útero, estômago e fígado. Três equipes de pesquisadores, que publicaram estudos nas revistas Nature e Nature Genetics, "apontaram duas áreas de variações no cromossomo 15. Fumantes ou ex-fumantes que têm as duas cópias das duas variantes, uma herdada do pai e outra da mãe, que são cerca de 15%, têm um aumento entre 70% e 80% de risco de desenvolver câncer pulmonar".[2]

    Sabemos que a ação negativa do cigarro sobre o perispírito do fumante prossegue após a morte do corpo físico. Segundo ensina o Espirito Emmanuel - O problema da dependência continua até que a impregnação dos agentes tóxicos nos tecidos sutis do perispírito ceda lugar à normalidade, o que, na maioria das vezes, tem a duração correspondente ao tempo em que o hábito perdurou na existência física do fumante. Quando a vontade do interessado não está suficientemente desenvolvida para arredar de si o costume inconveniente, o tratamento dele, no mundo espiritual, ainda exige cotas diárias de sucedâneos dos cigarros comuns, com ingredientes análogos aos dos cigarros terrestres, cuja administração ao paciente diminui gradativamente, até que ele consiga viver sem qualquer dependência do fumo [3]

    É evidente que há pessoas que fumam e conseguem alimentar pensamentos de bondade no cotidiano (a despeito de estar aniquilando o corpo físico) e há aqueles que, embora não fumem, são viciados no dinheiro, no sexo, no álcool, na maledicência e noutras iniquidades. Deste modo, via de regra,  é "menos lesivo" para a sociedade um fumante bondoso do que um não-fumante depravado. 



    Notas e referência bibliográfica:

    [1] Narguilé é um cachimbo de água utilizado para fumar tabaco aromatizado. Além desse nome de origem árabe também é chamado de hookah (na Índia e outros países que falam inglês), shisha ou goza (nos países do norte da África), narguilê, narguila, nakla, maguila, arguile, naguilé etc. Há diferenças regionais no formato e no funcionamento, mas o princípio comum é o fato de a fumaça passar pela água antes de chegar ao fumante. É tradicionalmente utilizado em muitos países do mundo, em especial no Norte da África, Oriente Médio e Sul da Ásia

    [2] Segundo dados colhidos num trabalho sobre saúde, da jornalista Magaly Sônia Gonzales, publicado na revista "Isto É", de julho de 2000, "o vício do fumo foi adquirido pelos espanhóis, junto aos índios da América Central, que o encontraram nas adjacências de Tobaco, província de Yucatán. Um dos primeiros a cultivar o tabaco na Europa foi o Monsenhor Nicot, embaixador da França, em Portugal, de onde se derivou o nome nicotina, dado à principal toxina nele contida.

    [3] Nobre, Marlene R.S. Lições de Sabedoria, São Paulo: Ed Folha Espírita, 1997, Resposta de Emmanuel, através do Chico Xavier, dada a entrevista feita pelo jornalista Fernando Worm, em agosto de 1978

    Momentos de conciliação

    Antonio Cesar Perri de Carvalho


    Antonio Cesar Perri de Carvalho
    Presidente da Federação Espirita Brasileira

    A passagem de ano assinala o mundo com variadas conturbações, mas surgem notícias alvissareiras que representam esforços para o bem geral e para a paz.

    Nos últimos dias vieram à tona informações sobre o reatamento das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba, simultaneamente informado pelos presidentes Barack Obama e Raúl Castro, depois de 18 meses de negociações (1), e após 53 anos de terríveis isolamento e contendas.

    Na mensagem de Natal dirigida à nação, a rainha Elizabeth II destaca a importância da reconciliação com a Escócia, depois do plebiscito sobre a independência do Reino Unido: “muitos se sentiram desapontados, enquanto outros se sentiram aliviados, e unir essas diferenças vai levar tempo”. E também lembrou o centenário do momento de confraternização num jogo de futebol que uniu espontaneamente soldados britânicos e alemães, durante a 1ª. Guerra Mundial: “Sem nenhum comando ou instrução, os tiros cessaram e os soldados e encontraram na terra de ninguém para tirar fotos e trocar presentes. Isso foi uma trégua de Natal.”(2) .

    O papa Francisco – que luta por grandes transformações e por simplicidade – em viagem à Turquia visitou a principal autoridade da Igreja Ortodoxa na Mesquita Azul de Istambul. Seu esforço é pelo diálogo entre as religiões. (3) O papa renovador protagonizou um momento surpreendente no evento de confraternização de Natal com os líderes da Igreja Católica. Durante o encontro, Francisco fez duas críticas à Cúria Romana: “falou da ‘doença do lucro mundano’, da ‘rivalidade’, da ‘glória vã’, do ‘terrorismo das fofocas’, que destrói reputações; a ‘doença dos covardes’, que falam por trás; ‘daqueles que tratam os chefes como seres divinos para subir na carreira’ e citou o ‘mal do poder e do narcisismo’. O papa Francisco surpreendeu ao pedir que os cardeais façam um exame de consciência.” (4,5)

    Em síntese, exceção feita à postura do Papa que claramente sinaliza para uma real conciliação com os valores evangélicos, as demais recentes manifestações, por motivos variados, também acabam por reforçar a ideia da conciliação e, quiçá, do respeito e da solidariedade.

    Durante recente Reunião Ordinária do Conselho Federativo Nacional da FEB, Bezerra se manifestou pela psicofonia de Divaldo alertando para o “Momento decisivo” que vivemos no mundo, no país e no Movimento Espírita:

    “Nosso amado planeta, ainda envolto em sombras, permanece na sua categoria de inferioridade, porque nós, aqueles que a ele nos vinculamos, ainda somos inferiores, e à medida que se opera nossa transformação moral para melhor, sob a égide de Jesus, nosso modelo e guia, as sombras densas vão sendo desbastadas para que as alvíssaras de luz e de paz atinjam o clímax em período não muito distante. [...] É um momento de siso, de decisões, para a paz no período do porvir. [...] Recordai-vos de que o Cristianismo nascente experimentou também inúmeras dificuldades. A palavra revolucionária do apóstolo Paulo, a ruptura com as tradições judaicas ainda vigentes na igreja de Jerusalém, geraram a necessidade do grande encontro, que seria o primeiro debate entre os trabalhadores de Jesus que se espalhavam pelo mundo conhecido de então. [...] No momento grave, quando uma ruptura se desenhava a prejuízo do Bem, a humildade de Simão Pedro, ajoelhando-se diante da voz que clamava em toda parte a Verdade, pacificou os corações e o posteriormente denominado Concilio de Jerusalém se tornou um marco histórico da união dos discípulos do Evangelho. [...] Abençoados servidores! Abençoadas servidoras da Causa! Amai! Amai com abnegação e espírito de serviço a Doutrina de santificação, para que os vossos nomes sejam escritos no livro do Reino dos Céus e possais fruir de alegrias, concluindo a etapa como o Apóstolo das Gentes, após haverdes lutado no bom combate. [...] O mundo necessita de Jesus, hoje mais do que ontem, muito mais do que no passado, porque estamos a caminho da intuição, após a conquista da razão, para mantermos sintonia plena com Aquele que é o nosso guia de todos os dias e de todas as horas.”

    Mas, logo no início incita-nos: “Que o espírito de união, de fraternidade, leve-nos todos, desencarnados e encarnados, à pacificação, trabalhando essas anfractuosidades para que haja ordem em nome do progresso.” (6)

    O notável exegeta Emmanuel, comenta no texto “Conciliação”, o trecho de Jesus: “Concilia-te – depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz e o juiz te entregue ao oficial de justiça, e te encerrem na prisão.” (Mateus. Cap. 5, v. 25.),edestaca: “Muitas almas enobrecidas, após receberem a exortação desta passagem, sofrem intimamente por esbarrarem com a dureza do adversário de ontem, inacessível a qualquer conciliação. A advertência do Mestre, no entanto, é fundamentalmente consoladora para a consciência individual. Assevera a palavra do Senhor – “concilia-te”, o que equivale a dizer “faze de tua parte”. [...] Trabalha, pois, quanto seja possível no capítulo da harmonização, mas se o adversário te desdenha os bons desejos, concilia-te com a própria consciência e espera confiante.” (7)


    “Senhor Jesus! Ante as promessas do ano que se inicia, não nos permitas que esqueçamos aqueles com nos honraste o caminho iluminativo…” (8).


    Referências:






    (6) Franco, Divaldo Pereira. Pelo espírito Bezerra. Momento decisivo. Reformador. Ano 132. N. 2.229, dezembro de 2014, p.710-12; http://www.souleitorespirita.com.br/reformador/destaque/momento-decisivo/;

    (7) Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Pão nosso. Cap. 120. FEB: Brasília. 2012, p. 253-4.

    (8) Franco, Divaldo Franco. Pelo espírito Joanna de Ângelis. Florações evangélicas. Salvador: Ed.LEAL, cap.60.

    sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

    ESPIRITISMO E INTERNET, PERIGOS E POTENCIALIDADES (Jorge Hessen)

    Jorge Hessen


    Cientistas do Instituto Alemão para o Estudo do Trabalho compararam as tendências nos números de casamentos e na proliferação na Internet de imagens e filmes pornográficos e concluíram que o aumento da busca da pornografia na rede mundial de computadores levou as pessoas a optarem por manterem-se longe do matrimônio. Diante disso indagamos: será que a lógica do casamento é a busca da satisfação sexual? Obviamente para os lascivos, concupiscentes, libertinos, sim, pois os seus valores estão sob os cabrestos dos apelos sexuais e se mantêm anestesiados nos narcóticos da erótica virtual, completamente aprisionados sob os aguilhões do apetite selvagem do instinto sexual.
    Para os estudiosos do Instituto Alemão, “conforme cresceram as opções de “satisfação sexual” antes do casamento, a necessidade de se casar para atender a essa “satisfação sexual” diminuiu. Dessa maneira, no mesmo período que houve a invasão da pornografia na internet, o casamento perdeu o status, concluíram os estudiosos. A Internet tornou a pornografia de fácil acesso e barata e os buscadores de pornografia teriam menos chances de serem “estigmatizados” por acessar (com privacidade) um website “adulto”, do que comprando (publicamente) revistas eróticas em uma loja. A pesquisa também descobriu que consumidores de pornografia em geral frequentam menos um culto religioso e têm mais chances de trair o parceiro.”1
    Obviamente não há nada de espiritual na efígie pornográfica. O abuso de conteúdo erótico de fácil e rápido acesso na web e outros meios de comunicação permite que as pessoas sejam expostas regularmente à excitação da sexualidade e tem instituído na mente incauta uma visão distorcida da carga genésica. Quem duvida que a pornografia é a exaltação da prostituição? Infelizmente há aqueles que sob o guante do delírio abonam a pornografia como sendo “boa” para a sociedade.
    Atualmente a pornografia é uma indústria poderosa, que degrada e desumaniza homens e mulheres, e movimenta quantias vultosas de dinheiro. Há estudiosos que afiançam e acreditam que o uso excessivo de pornografia online está criando uma geração de "homens e mulheres desajustados.
    Tanto quanto devemos prestar atenção redobrada ao atravessar uma avenida de trânsito intenso, devemos ter a máxima cautela ao navegar na web, pois os perigos são reais. Devemos estar atentos para evitar cair em arapucas cibernéticas. Mas apesar dos riscos e temeridades, não devemos demonizar a Internet tal qual fazia a Inquisição na Idade Média, queimando os livros e dilacerando a cultura.
    Apoiados no bom senso doutrinário, é importante aprendermos a enfrentar os desafios cibernéticos, com a intenção de procurar a verdade e de esclarecer os interessados. É bastante salutar que saibamos separar o trigo do joio. A Internet, a despeito das informações incorretas, das agressões, das infâmias, da degradação e do crime, é sem dúvida um instrumento de grandiosas realizações que dignificam o homem e preparam a sociedade para um porvir mais promissor.
    É evidente que a Internet é importante para todos nós. Com ela podemos ler a maioria dos jornais e podemos acessar um sem-número de enciclopédias e também sondar os filmes que estão em exibição nos cinemas. A rigor, utilizamos uma parte ínfima da vastidão de temas e materiais que se podem conseguir na Rede Mundial de Computadores. Por outro lado, nem sempre é tarefa fácil distinguir entre o conteúdo interessante e a mensagem perigosa e/ou ilegal. Dos riscos iminentes que estremecem a mente humana. Não faltam os sites de conteúdo racista, xenófobo, ou de puro incitamento à violência.
    Mas recordemos que a Internet está presente nos hospitais, nos tribunais, nos ministérios, nas agências bancárias, nos supermercados, nas lojas, nas escolas, na segurança de nossas casas e empresas. Enfim, permite fazer uma movimentação bancária, compras, observar nota na escola, realizar trabalhos escolares e profissionais, pesquisas. Eis aqui alguns dos exemplos de como estamos mais envolvidos com a informática do que se possa imaginar.
    Vivemos num estágio social em que o mundo virtual é quase o real, mas ele nos surge como sonho. Alguns sonham com cuidado, outros se perdem nos cipoais dos delírios oníricos. Em todos esses estágios há o perigo disso virar pesadelo. Esse é o preço que a sociedade contemporânea paga pelo avanço da Tecnologia da Informação, apesar de muitos cidadãos ainda não terem se dado conta de que seus atos pelas vias virtuais estão estabelecendo desastres morais de consequências imprevisíveis.
    Diante do exposto indagamos: como garantir a legitimidade desse monumental instrumento de trabalho para o Espiritismo? O que fazer para explorar mais o enorme potencial de divulgação da Doutrina Espírita através da Internet? Cremos que os Departamentos de Divulgação dos Centros Espíritas, bem como Federações Espíritas, deveriam investir na área virtual. São questões importantes e devemos refleti-las para que possamos entender como aplicar a Internet corretamente no ambiente espírita. Nesse caso, a vigília equilibrada é fundamental para atingir uma abordagem balanceada, que possa assumir plenamente a tecnologia que temos disponível e, simultaneamente, projetar os objetivos maiores do trabalho espírita que está sendo desenvolvido na Terra, por permissão do Cristo.

    Referência:
    (1)     Disponível em http://ela.oglobo.globo.com/vida/pessoas-se-casam-menos-porque-ha-porno-de-graca-na-internet-diz-estudo-14895772#ixzz3MgFSi2jv

    terça-feira, 16 de dezembro de 2014

    EXALTEMOS A BRASILIDADE “VERDE-AMARELA” NA “PÁTRIA DO EVANGELHO” ( Jorge Hessen )

    Jorge Hessen    http://aluznamente.com.br

    Há exatos onze anos, na cidade mexicana de Mérida, mais de 110 países assinaram a Convenção Nações Unidas contra a Corrupção. O referido acordo prevê a cooperação para a recuperação de somas de dinheiro desviado dos países e a criminalização do suborno, lavagem de dinheiro e outros atos de corrupção. Nas celebrações do “Dia Internacional contra a Corrupção”, o procurador-geral da República do Brasil defendeu a punição de todos os envolvidos no esquema de corrupção que acontece há décadas no âmbito de esplêndida instituição petrolífera brasileira.
    Na Europa existem empresas que dispõem em seus orçamentos de uma parcela para gorjeta (propina) de auditores ou de gerentes de empresas que lhes compram os produtos. A cultura da desonestidade chegou a tal ponto que na Alemanha era prática normal que o dinheiro gasto em gratificação (propina) no exterior pudesse ser declarado e ser abatido no Imposto de Renda. E a justificativa era o total “respeito” à cultura nativa: se a corrupção faz parte do cotidiano de um determinado país, não seriam os alemães a lutar contra a maré, prejudicando seus próprios negócios. Nesse caso, os fins justificam os meios, e todos saem satisfeitos – o subornado com dinheiro extra no bolso, os funcionários com seus empregos, a empresa com seus negócios, o governo com seu imposto e o povo no charco.
    Nos noticiários brasileiros percebemos que os governantes não conseguem escapar da corrupção. O noticiário político é um mar de lama; na área econômica, irrompem golpes dos mais variados tipos, com prejuízos globais em cifras de bilhões de reais. A desonestidade chega ao seu cume ante os comportamentos maquiavélicos na administração do Estado. Os nossos governantes, ao defenderem a falácia de que os fins são justificados pelos ilegítimos meios, têm contaminado a coletividade, pois a sociedade se espelha e justifica seus vícios morais nas tramoias do governo.
    Diante da constrangedora deterioração da ética, da malversação do dinheiro público, do total aparelhamento de todas instâncias jurídicas e legislativas, com enfoque na sustentação da IMPUNIDADE, irrompeu-se no cenário brasileiro uma espécie de afasia da população, ganhando espaços preciosos a timidez e a omissão generalizada. Jazem reclusos ou amordaçados os segmentos midiáticos, os religiosos, os grupos familiares, as instâncias  militares, os indiferentes jovens, os agentes administrativos e outros atores públicos, sem o entusiasmo patriótico e o interesse para a reorganização da BRASILIDADE VERDE-AMARELA, visando alcançar uma Pátria totalmente livre do demagógico “jacobinismo” ideológico que confunde a humanidade desde a Revolução francesa aos alucinados gritos de protesto proferidos em 1848 sob liderança dos camaradas Carlos e Frederico (Karl e Friedrich ).
    O efeito daqueles alucinantes berros originários do famoso “Manifesto de 1848”, ensaiada em 1871 pela "Comuna de Paris" (contraditada pelos trabalhadores que mataram-se na Primeira Guerra Mundial) foi o catastrófico morticínio de dezenas de milhões seres humanos a partir de 1917, na URSS e doravante na China, Camboja, Cuba, Coreia do Norte. Quem sabe esteja faltando no Brasil o equilíbrio para o reencontro do caminho da ação pacífica e constante, por causa da descrença dos valores da honra cidadã. Estamos atravessando o apogeu de um ciclo desmoralizante que a tudo tem atingido com a alienação emocional de uma sociedade apática e visivelmente sem norte.
    Como já enunciava Rui Barbosa, "de tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."[1]  Dentro desse triste panorama, a população tem sobrevivido sob os escombros da má gestão pública e está diante de um horizonte emblemático na Pátria do Evangelho, considerando a anarquia da corrupção que fatalmente acarretará consequências assombrosas para a paz social. No Brasil, conquanto as rédeas do poder permaneçam desde 1990 nas mãos de determinados políticos que não têm nenhum escrúpulo e nem compromisso com a honra, não podemos jamais desanimar das virtudes, nem zombar da honestidade e muito menos nos envergonharmos de agir patrioticamente.
    Por felicidade, há exemplos de cidadãos que não se envergonham de trabalhar em patamares de honestidade. Fulanos simples do povo, que ao acharem objetos perdidos como celulares, carteiras, bolsas, cheques devolvem aos seus legítimos donos quando poderiam valerem-se do famigerado “achado não é roubado” e “tirar vantagem”, mas não o fazem; Pessoas simples que devolvem altas quantias em dinheiro encontradas em pastas, bolsas ou caixas aos donos ou às autoridades.
    Portanto, nem todos os cidadãos da nossa admirável Pátria são corruptos ou corruptores, por saberem que a corrupção esfola como chibata cruel e faz correr o sangue no dorso do brasileiro! Um Brasil, legitimamente nacional, é construção de todos bons brasileiros! Os filhos do Brasil não podem se ajoelhar diante da putrefação moral e da corrupção que sangra o Coração da Pátria do Evangelho. Urge orar, exorar a Ismael, pedindo-lhe que implore diretamente ao Governador do Planeta a imediata intercessão a favor BONS BRASILEIROS e das futuras gerações de brasileirinhos.
    Sim! Que Jesus tenha comiseração de todos nós, filhos desta abençoada Pátria VERDE-AMARELA!

    Referência:

    [1] Barbosa, Rui. Trecho do discurso "Requerimento de Informações sobre o Caso do Satélite - II". Disponível no portal da Fundação Casa de Rui Barbosa http://www.casaruibarbosa.gov.br/ acessado em 10/12/2014

    sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

    ESPIRITISMO PERANTE AS NOVAS TECNOLOGIAS (Jorge Hessen)

    Jorge Hessen
    http://aluznamente.com.br

    Por que será que o mundo virtual vem fascinando mais do que a vida que se levava 30 anos atrás? Permanecer neste mundo utópico, seduzidos pelas ondas eletromagnéticas da Internet, diante das novas mídias, será por desconfiança? Timidez? Sujeição? Carência de amor próprio? Insegurança? Solidão? Ou será ingênuo encantamento, necessidade de aventuras, realização de feitos inenarráveis, ultrapassar limites, provocar reações e alvoroços...? 

    A rigor, a Era Tecnológica e o mundo virtual têm ampliado e facilitado a vida humana em face do rápido acesso à informação. Nesse contexto, a Internet é a maior rede mundial de comunicação, ligando centenas de  milhões de computadores, smartphones , tablets,  iPhone, iPad com enorme quantidade de pessoas de interesses variados, seja nos negócios, nas pesquisas, no lazer, na comunicação, e tantas outras áreas quanto se possa imaginar. 

    Estatísticas comprovam que os britânicos passam quase metade do dia consumindo mídias; e “o Brasil tem um dos maiores índices globais de uso diário de smartphones. Os dados mais recentes do Ibope/Nielsen calculam em 54,4 milhões o número de usuários da internet em casa e no trabalho.” [1] Na Pátria do Evangelho o tempo médio de navegação na web tem sido de 65 horas e 11 minutos por pessoa e pesquisa da consultoria Accenture aponta que o Brasil liderou as compras de celulares e TVs HD em 2010. 

    A psicóloga Christine Grant adverte que "os impactos negativos dessa cultura do 'sempre ligado' são que a sua mente nunca descansa, você não dá ao seu corpo o tempo para se recuperar e fica sempre estressado.” [2] Por outro lado, Chris Kozup, diretor da empresa de telecom Aruba Networks, afiança que nem tudo é negativo, pois há estudo conduzido pela própria empresa mostrando que essa ideia de estar 'sempre ligado' está, na verdade, ajudando os trabalhadores a gerenciarem o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. [3]

    É evidente que o uso exagerado dos aparelhos tecnológicos torne as pessoas mais ausentes. Basta observemos que não são poucas as pessoas que se distraem de uma tarefa para checar seu perfil nas redes sociais, ou perdem uma conversa na mesa do restaurante porque vão responder mensagens no smartphone etc. Pesquisas mostram que nossa concentração média é de 3 a 5 minutos antes que acabemos nos distraindo, no estudo ou no trabalho. A maioria dessas distrações são tecnológicas (alertas de mensagem, “torpedos”, e-mails etc).

    Até a mídia televisiva transformou-se. Em programas de TV dos anos 1980 e 1990, o tempo de cada cena era muito maior do que é nos programas atuais, que se adaptaram à atenção mais curta dos telespectadores. Revistas também fazem reportagens cada vez mais curtas. Muitas pessoas já não conseguem mais ler integralmente, elas apenas “passam os olhos”. Hoje em dia, os familiares vão almoçar ou jantar algemados aos seus celulares. Destarte, obstrui-se o tempo para conversas caseiras. Se cada um estiver hipnotizado em seu celular ou smartphone, que interação familiar sobrevirá e que diálogo ocorrerá? Nenhuma.

    No momento as pessoas estão muito  empolgadas com a tecnologia e agem como crianças em uma loja de doces: querendo experimentar tudo. Muitos pais talvez se preocupem com o tempo gasto por seus filhos – e por eles próprios – na internet, mas provavelmente poucos (pais e filhos) ousariam passar seis meses completamente longe da web, da TV e de smartphones. Porém uma coisa é certa, qualquer família que não fica algemada nas redes sociais da web ,  que não é obcecada pela  tecnologia,  consegue atrair amigos e  parentes e acende  a chama da boa conversação presencial com pessoas queridas. 

    Sem os exageros acima, e considerando que o mundo está passando por intensas mudanças, principalmente aquelas movidas pela força do instinto, em que a violência substitui o diálogo e a compaixão perde para o ódio, cremos que o espírita pode e deve recorrer às mídias tecnológicas onde encontra excelente meio de divulgação doutrinária, "em face da sua facilidade, versatilidade, abrangência, interatividade e baixo custo (é corriqueiro notarmos celulares nas mãos de cidadãos de todas as classes sociais). 

    Com as novas mídias tecnológicas interligadas pela Internet consegue-se atingir uma população anônima que não pode ou nem sempre vai a um Centro Espírita. Ao ponderarmos sobre a capacidade de persuasão das novas mídias, somos compelidos a refletir sobre a antevisão de Kardec no século XIX, quando pronunciou: "uma vulgarização em larga escala, feita nos jornais de maior circulação, levaria ao mundo inteiro, até às localidades mais distantes, o conhecimento das ideias espíritas, despertaria o desejo de aprofundá-las e, multiplicando-lhes os adeptos, imporia silêncio aos detratores, que logo teriam de ceder, diante do ascendente da opinião geral."[4] 

    Nos dias de hoje, existem inúmeros grupos de estudo e discussões sobre temas espíritas, na Internet, com um conteúdo magnífico. Não há dúvida de que é um excelente instrumento de divulgação, especialmente, pelo fato de atingir longas distâncias, e, até mesmo, outros países, onde a Doutrina Espírita, ainda, é pouco conhecida.  Pela rede de computadores, surge uma nova Era para o movimento espírita, sobretudo, na diretriz dada por Ismael ao Brasil. 

    Há dois mil anos, Paulo de Tarso teve que andar a pé, cerca de 15  mil quilômetros, para divulgar a Boa Nova. Hoje, Deus nos oportuniza, do conforto da nossa casa, participar de estudos interativos em "salas espíritas" - a exemplo do uso do Paltalk - e, com isso, espalharmos a Terceira Revelação aos mais longínquos recantos da Terra.

    Por essas relevantes razões, "é interessante que as Casas Espíritas busquem os recursos tecnológicos como retroprojetores, data shows, áudios, vídeos, filmes, microfones, caixas de som e todo ferramental disponível que seja útil e aplicável para o aprendizado das Verdades da Vida, mas, principalmente, através desse imenso e irreversível universo de utilização da Informação por meios eletrônicos." [5]

    Devemos acreditar na força da realidade virtual como meio prestigioso de publicação espírita. Entendemos que em poucos anos as novas mídias tecnológicas através da Internet serão as maiores vias de interação do movimento espírita mundial. Por esses recursos tecnológicos os livros espíritas poderão ser disponibilizados em hipertexto , em versões de consulta simplificada. Relatos específicos deverão ser colecionados e indexados para pesquisa rápida. Atualmente pode ser disponibilizada nas novas mídias toda literatura das obras básicas da Doutrina dos Espíritos. Ou seja, estamos diante da possibilidade de construirmos e acessarmos instantaneamente todas as informações espiritas em todos ambientes culturais da Humanidade. 

    Referências:

    [1] Disponível em http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/01/110106_winterdisconnect_pai.shtml acessado em 05/12/2014
    [2] Psicóloga ocupacional, do centro de pesquisas em psicologia e comportamento da Universidade Coventry (Grã-Bretanha).
    [3]  Disponível em http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/08/140816_smartphones_sempre_ligados_pai.shtml  acessado em 05/12/2014
    [4] Kardec, Allan. Obras Póstumas -Projeto 1868, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001

    quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

    OS “CÁLICES VIVOS” DOS MORTOS (Jorge Hessen)

    Jorge Hessen
    http://aluznamente.com.br

    O álcool é a droga legalizada preferida entre muitos jovens e a faixa etária para o início do consumo tem sido cada vez mais baixa nos últimos anos. Enquanto que na década de 1960 a média de idade para início do consumo de álcool era de 17 anos, nos últimos 15 anos essa média caiu para 14. Obviamente, quanto mais cedo é o início do consumo de bebidas alcoólicas, mais precoces são as confusões sociais, educacionais conexas à saúde nessa população.
    Há unanimidade entre os médicos de que o corpo de um adolescente não está preparado para ingestão de bebidas alcoólicas e que não existem doses seguras para o consumo. Pior: para os adolescentes, que estão passando pelo período de crescimento, em que todas as células do corpo estão se desenvolvendo, o álcool envenena todas essas células e pode acarretar danos a todos os órgãos em formação.
    Além do consumo de bebidas alcoólicas ser cada vez mais precoce, tem-se reconhecido que muitos adolescentes que bebem costumam beber pesadamente, comumente ingerindo cerca de 70 gramas de álcool (equivalente a algo como 5 latas de cerveja) ou mais por ocasião de FESTINHAS. Em Juína (MT) Jerry Tamborim, de 16 anos, morreu após ingerir bebidas alcoólicas, na brincadeira do "vira-vira" durante uma festa. Ser adolescente é um fator de risco, e com bebidas alcoólicas não se pode brincar, pois elas sempre poderão trazer trágicas consequências contra a própria vida.
    As motivações que levam um jovem como Jerry a tais insanidades normalmente estão ligadas a pressões dos “amiguinhos”, à obrigação de abafar as inibições e “curtir” mais o tempo e sobretudo a pretensão de ficar “alto”. A justificativa geral dos adolescentes para o consumo da bebida durante as saídas é a construção da “coragem”. O álcool bloqueia a inibição. Coisas que uma pessoa não faria sóbria, ela faz alcoolizada. E isso é um grande risco.
    Essas são algumas das principais razões entre os jovens para fazer uso de bebidas. Correntemente jovens de ambos os sexos frequentam os mesmos ambientes, são menos sujeitos às “críticas” devido a comportamentos relacionados ao beber, sustentam crenças mais liberais e assumem plena igualdade de posições.
    Sob o ponto de vista espírita, cada espírito, encarnado ou desencarnado, tem o seu padrão vibratório. O Espiritismo confirma que os semelhantes se atraem. O uso de álcool e outras drogas produz um atrativo irresistível para os espíritos que desencarnaram na condição de viciados nessas substâncias. Os desencarnados passam a acompanhar seus “amigos” encarnados quando estes fazem uso de drogas. Estimulam neles o uso cada vez mais contínuo e em maiores doses.
    Não faltam exemplos na literatura espírita de como os encarnados são utilizados docilmente pelos desencarnados viciados. Tornam-se verdadeiras marionetes em suas mãos. Ou, na expressão da espiritualidade se referindo aos bebedores contumazes, tornam-se “cálices vivos” dos mortos. Mesmo o uso moderado do álcool, aceito pela sociedade e recomendado por alguns médicos (provavelmente os que gostam de beber), pode ser inofensivo para algumas pessoas, mas é fato que o uso do álcool acompanha o espírito há inúmeras reencarnações, pois o homem utiliza o álcool (ou é utilizado por ele) desde a pré-história. Um hábito de tanto tempo só pode ser considerado um vício.
    Ao renascermos “trazemos conosco os remanescentes de nossas faltas como raízes congênitas dos males que nós mesmos plantamos, a exemplo da Síndrome de Down, da hidrocefalia, da paralisia, da cegueira, da epilepsia secundária, do idiotismo, do aleijão de nascença desde o berço.”1 “O corpo perispiritual, que dá forma aos elementos celulares, está fortemente radicado no sangue. O sangue é elemento básico de equilíbrio do corpo perispiritual”.2 “Os neurônios guardam relação íntima com o perispírito.”3 Portanto, a ação do álcool no psicossoma é letal, criando fuligens venenosas que saturam no corpo psicossomático, danificando tanto as células perispirituais quanto as células físicas.
    Essas são razões suficientes para que nas celebrações e festejos com amigos nos bares da vida, fugir do compromisso da vã tradição da bebedeira a fim de divertir-se. O oceano é constituído de pequenas moléculas de água, e as praias se formam com incontáveis grânulos de areia. É indispensável, portanto, desligar-se daquele esfarrapado desculpismo do “é só hoje”, e quando convidados a comportamentos para “divertir”, não se deve acolher a ameaçadoríssima atitude do “só um golinho”, até porque recordemos sempre que uma micro picada de serpente venenosa, conquanto em pequena porção, pode causar a morte fulminante. Desse modo, ao invés de se distrair vai se destruir.

    Referências bibliográficas:

    [1] Xavier, Francisco Cândido. Nos domínios da mediunidade, ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: Ed FEB, 2000, p.139-140
    [1] _____, Francisco Cândido. Missionário da Luz, ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: Ed. FEB, 2001
    [1] _____, Francisco Cândido. Evolução em, Dois Mundos, ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: Ed. FEB, 2003